Menu
 

A+ A-


O depoimento da estudante de Direito, Bárbara Rabelo Matana, depois que a mãe morreu esfaqueada por um vizinho no Guarujá, no litoral paulista, teve repercussão nacional. Durante o velório, na tarde deste sábado (10), em Uberlândia, a filha da vítima informou ao G1 que vai elaborar um projeto de lei por iniciativa popular pedindo pena de prisão perpétua para determinados tipos de crimes.

Revoltada com o assassinato da mãe, ela havia dito que iria embora do Brasil porque, diferentemente de outros países, o sistema penitenciário não funcionava. Mas, segundo ela, vai permanecer com a família em Minas Gerais, onde mora há seis anos, para iniciar a criação da proposta e percorrer todo o país para recolher a porcentagem de assinaturas necessárias sobre o número de eleitores. “Vou modificar o meu país de alguma forma. Falei para a minha mãezinha no caixão que vou até o fim do mundo se for preciso para fazer alguma coisa, para que a morte dela não tenha sido em vão, assim como a de tantos brasileiros inocentes que são mortos todos os dias”, disse a estudante.

Velório
O desejo da corretora de imóveis, Iara Maria Matana, morta aos 56 anos, era ser cremada, contudo, Bárbara disse que optou por enterrar a mãe caso outras provas fossem necessárias posteriormente, para fazer com que o assassino da mãe permanecesse preso. Por isso, ela levou o corpo para ser sepultado em Uberlândia.
O velório de Iara Maria Matana será realizado até às 16h deste domingo (11) e o enterro será no Cemitério Campo do Bom Pastor. “Temos que esperar todo esse tempo porque duas tias minhas que moram no exterior estão vindo para se despedir”, esclareceu.
Um painel de fotos da mãe com toda a família foi feito pela filha para ser exposto no velório de Iara. Muito emocionada, Bárbara Matana apontou para cada uma das fotos e pedia para que a mãe voltasse, dizendo que não estava suportando a dor de perdê-la.

Inquérito

Bárbara Rabelo também falou sobre detalhes docaso. O inquérito deve ser concluído pela Polícia Civil do Guarujá nas próximas duas semanas e uma das linhas de investigação aponta que a vítima sofreu violência sexual. A filha disse que há a convicção de que a mãe tenha sido estuprada e isso pode ter ocorrido logo depois de ela ter levado a primeira facada no pescoço.

O suspeito Gianluca Girolano, de 21 anos, confessou o crime justificando estar sob efeito de cocaína. Ele disse também que pensou em atear fogo na mulher, mas era um ‘ato terrorista’ e essa atitude não tem a ver com ele. Bárbara contestou: “Mentira dele! Para a polícia ele contou que só não colocou fogo na minha mãe porque no apartamento dela não tinha álcool. A esposa dele disse que não sabia de nada, mas ela foi cúmplice e deveria estar presa também. Ela o ajudou a esconder as chaves da minha mãe e viu o marido sujo de sangue”, afirmou.

A estudante mostrou a mensagem de texto que o autor enviou para o celular dela no dia do crime, se passando pela mãe. Com erros de português, a mensagem dizia que ela [Iara] estava bem e só um pouco cansada. Foi o texto que chamou atenção da filha, que estava em Uberlândia, sobre o crime.

Ela comentou que nunca vai perdoar Gianluca, embora para a imprensa ela tenha dito estar arrependido. “Eu quero que ele apodreça na cadeia, que ele arda no fogo do inferno. Por isso eu quero pedir para cada um dos brasileiros que sabem de alguma injustiça, que conhecem um homicida que está na rua, que assinem esse projeto comigo”, desabafou.

O suspeito informou que é jogador de futebol e atuava como lateral-esquerdo em um time que disputa a 3ª Divisão de Santa Catarina. No entanto, uma nota oficial foi encaminhada pelo clube catarinense, e lida por Bárbara durante a entrevista, que o jovem não faz e nunca fez parte do elenco.

A ex-miss Pato Branco de 1975, quando residia no estado do Paraná, foi morta na última terça-feira (6) depois falar para Girolando que ele não maltratasse a esposa, já que a vítima sempre ouvia o casal, que morava no andar de cima do prédio, brigando constantemente. Segundo Bárbara, a mãe relatou que, após o fato, estava sendo perseguida pelo vizinho. “Minha mãe já foi maltratada por homem uma vez e só estava tentando ajudar. Ela não queria briga, tanto é que ela não acionou a polícia. Ela tentou ajudar uma mulher, que ajudou a matá-la ao acobertar o assassino”, lamentou.

Fonte: G1


Bárbara, filha da vítima





Gianluca matou vizinha com três facadas no pescoço
 
Top