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Os já habituais protestos do 7 de Setembro ganharam força neste ano, quase três meses após a onda de manifestações que varreu o país. Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo foram palco dos protestos mais violentos. Houve confronto com a polícia e dezenas de detenções.

Na capital de São Paulo, manifestantes se chocaram com a polícia no centro antigo da cidade.

No Rio, manifestantes ocuparem a área onde ocorria o desfile cívico-militar pela manhã. À tarde, manifestantes, incluíndo black blocks, se concentraram ao redor do monumento de Zumbi dos Palmares e queimaram a bandeira do Brasil, antes de seguir para o palácio da Guanabara, sede do governo.
Em Brasília, manifestantes foram contidos pela tropa de choque quando tentavam chegar ao estádio Mané Guarrincha.

O protesto teve início no gramado em frente ao Congresso Nacional, com cerca de 3 mi manifestantes. A concentração se deu a pouca distância da tribuna onde a presidente Dilma Rousseff acompanhava o desfile cívico-militar em comemoração aos 191 anos da independência.

Parte do grupo dirigiu-se depois ao entorno do estádio Mané Guarrincha, onde a Seleção Brasileira enfrentou a Austrália em jogo amistoso.

A Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou o acesso, com a tropa de choque e a cavalaria. Manifestantes entraram em confronto e a cena seguinte foi de corre corre em meio ao gramado seco da capital federal.
Bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta foram usados na dispersão dos manifestantes, que voltaram a se enfrentar com os policiais na rodoviária.

Os manifestantes seguiram pelo eixo monumental e houve mais cenas de confronto próximo à Biblioteca Nacional.

Rio

Protesto no Rio | Foto: Julia Carneiro
Bombas de gás foram lançadas próximo às arquibancadas no Rio (Foto: Júlia Carneiro)

No Rio, desde cedo houve confrontos com a polícia nos arredores do desfile militar na Avenida Presidente Vargas. Os momentos mais tensos se deram quando os manifestantes, em sua maioria por membros dos black blocs, furaram o bloqueio e entraram na área da parada militar, relata a repórter Júlia Carneiro.

Os black blocks entraram na faixa paralela à do desfile e começaram a acompanhar a parada. Mas um grupo de cerca de 15 policiais do Batalhão de Choque chegou por trás do protesto e começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo, embora os manifestantes estivessem logo ao lado das centenas de pessoas que assistiam ao desfile de arquibancadas. A correria foi imediata – as bombas de gás atingiram igualmente os manifestantes e as famílias, crianças e idosos que foram ao centro para acompanhar as celebrações do 7 de Setembro.

Após o fim do desfile militar, outro protesto – o tradicional Grito dos Excluídos, organizado todo ano paralelo aos desfiles da Independência – seguiu por uma Presidente Vargas já vazia em tom mais festivo, com músicos puxando palavras de ordem em ritmo de carnaval. Grande parte das frases era contra o governador Sérgio Cabral, chamado de ditador pelos manifestantes.

O protesto manifestação seguia pacífica mas houve confrontos com a polícia próximo à Central do Brasil e correria quando bombas de gás foram lançadas. O protesto terminou na Estátua Zumbi dos Palmares. Manifestantes subiram nos mastros em frente ao monumento e retiraram as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio que estavam hasteadas. Um grupo rasgou e queimou as bandeiras para depois hastear uma bandeira preta no lugar.

País

Em São Paulo, manifestantes se concentraram em frente ao Masp (Museu de Arte), na avenida Paulista. A região foi tomada por policiais.

Um grupo seguiu para o centro antigo da capital paulista. Houve confronto com os policias em frente à Câmara Municipal. Agências bancárias foram depredadas na região da Sé.

No Rio Grande do Sul, agências bancárias também foram depredadas e houve prisões em Porto Alegre.
Em Minas Gerais, manifestantes black blocks também entraram em confronto com a polícia na praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Protestos foram ainda registrados em Teresina (PI), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belém (PA) e outras capitais. Manifestantes portando máscaras foram presos em Fortaleza (CE).
Em Maceió, integrantes de movimentos sociais interromperam o desfile cívico após ocupar a área da parada militar.

Protestos e reforço de segurança

O Dia da Independência chega quase três meses após a onda de protestos que tomou as ruas do país. No Facebook, a convocação do grupo Anonymous para o autodenominado "maior protesto da história do Brasil" tinha mais de 400 mil confirmações para eventos em 149 cidades até sexta-feira, ainda que isso não necessariamente reflita o número de pessoas que estarão nas ruas.

Outros grupos, como o Grito dos Excluídos e o Movimento Brasil Contra a Corrupção, também convocaram protestos em quase todos os Estados.

Já se previa que o uso de máscaras fosse um dos pontos polêmicos durante as manifestações. Diferentes Estados criaram regras distintas sobre o assunto.

No Distrito Federal, a polícia está autorizada a deter manifestantes mascarados que não quiserem se identificar. Pernambuco também proibiu que os manifestantes cubram o rosto. Já em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que não há orientação nenhuma à Polícia Militar para abordar pessoas com máscaras.

No Rio de Janeiro, o governo voltou atrás e decidiu permitir o uso de máscaras, mas os policiais fluminenses podem pedir às pessoas que descubram o rosto e se identifiquem.

Protesto no Rio | Foto: Reuters
Manifestantes mascarados usaram fogos de artifício durante protesto no centro do Rio de Janeiro

Manifestante em Brasília
Manifestantes entraram em confronto com a polícia nos arredores do estádio de Brasília

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