
O principal articulador do esquema, de acordo com as informações da unidade, é um dos filhos de Beira-Mar, Marcelo Fernando de Sá Costa, de 22 anos. O jovem, segundo informações de inteligência, aproveita-se de suas constantes idas ao Paraguai, onde teria laços com o traficante José Tomas Rojas Cañete, o Toma’i, que está preso. Mesmo atrás das grades, explica um senador paraguaio ouvido pelo EXTRA e que pediu para não ser identificado, Toma’i continua comandando sua quadrilha.
O diretor da penitenciária de Catanduvas, Fabrício Bordignon, não quis comentar as informações. Já os advogados do traficante disseram desconhecer tais conversas e também que o criminoso esteja planejando a compra de uma aeronave. Marcelo não foi localizado pelo EXTRA.
Fora do estado do Rio desde o início de 2003, Beira-Mar escreveu uma carta, de próprio punho, para os juízes corregedores de Catanduvas. O traficante está desde outubro de 2012 no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Na correspondência, o criminoso diz não suportar mais sua situação: “Excelências, psicologicamente cheguei ao meu limite. Não aguento mais sofrer calado, ser acusados de fatos que não cometi, ser tratado como inimigo nº 1 da sociedade (...)”, protesta o criminoso.
No texto, entregue aos juízes corregedores no início deste mês, Beira-Mar defende-se da acusação de ter sido o mandante dos ataques às sedes do AfroReggae nos complexos do Alemão e da Penha, como apontou o relatório de inteligência da direção da unidade onde está preso. Ele diz que vai provar sua inocência, e afirma que está sendo alvo de represália da direção de Catanduvas.
Na carta, o traficante nega que seja o chefe da principal facção criminosa do Rio, e diz que que é tratado como “Bin Laden brasileiro”, numa referência ao terrorista saudita.
‘A nossa fronteira está abandonada’
Para o juiz federal de Mato Grosso do Sul Odilon Oliveira, traficantes brasileiros escolhem ir para o Paraguai por causa do grande mercado que encontram lá. Ele também chama a atenção para a fragilidade das fronteiras.
EXTRA: Por que os traficantes brasileiros escolhem ir para o Paraguai?
É um mercado muito amplo. Tem espaço para todo mundo. O país é o segundo produtor de maconha do mundo. Além disso, eles agem livremente porque a nossa fronteira está totalmente abandonada.
EXTRA: Como é a atuação dos traficantes brasileiros no país vizinho?
Alguns já estão associados, inclusive, aos produtores da maconha. Isso é algo recente, de dois anos para cá. Não há mais o responsável por intermediar essa relação. Já a cocaína são os próprios paraguaios que buscam na Colômbia e levam para os brasileiros. Aí sim há essa interferência.
Fonte: Extra
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