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Evento recebeu a visita de mais de 30 escolas da região e marca as comemorações ao Dia do Índio.

As escolas indígenas Kókoj Tỹ Han Já, de Mangueirinha e Jykre Tãg da Terra Indígena de Mangueirinha, localizada em Chopinzinho, realizaram nesta segunda e terça-feira (14 e 15), a 5ª edição da Semana Cultural Kaingang da Terra Indígena de Mangueirinha. O evento foi realizado na escola Kókoj Tỹ Han Já e tem como proposta comemorar o Dia do Índio e promover a integração da população não indígena, com a cultura e os costumes Kaingangs.


Alunos visitantes de outras escolas puderam conhecer um pouco mais sobre os costumes, como a elaboração daspeças de artesanato indígena (Foto: Dayanne do Nascimento )

Promovida pelas escolas com a colaboração e apoio de todos os moradores da reserva, a Semana Cultural este ano teve um diferencial, pois grande parte das atividades aconteceu em meio à mata, próximo da escola. Conforme a diretora da Escola Jykre Tãg, Tatiana Andreia Patel, entre as atividades houve degustação de comidas típicas da cultura Kaingang, onde os visitantes puderam experimentar algumas iguarias, como carne de caça e pesca, farofa de pinhão, entre outros. Em outra barraca foram expostos os artesanatos, como louças feitas de barro, colares, cestos, arcos e flecha.

Além disso, os alunos explicaram sobre o uso das plantas medicinais, o significado das marcas corporais indígenas e em forma de peça de teatro, encenaram algumas lendas típicas do local. Em uma sala temática, foi apresentado o documentário feito na reserva, onde os moradores contam a história dos Kaingangs.

Os visitantes também assistiram as apresentações de danças e cantos típicos, as lutas corporais e a demonstração de algumas modalidades dos jogos indígenas, como a corrida de torra. E em um passeio entre as trilhas abertas na mata, com a ajuda de guias, foi possível conhecer um pouco sobre as armadilhas usadas para a caça, sendo que algumas ainda hoje são usadas pelos moradores.

A diretora da Escola Kókoj Tỹ Han Já, Eliane Wolmer, comentou que os trabalhos para a realização da Semana Cultural Kaingang iniciam logo no início do ano letivo, pois várias atividades, como a confecção dos artesanatos, demanda tempo para serem preparados. Só das duas escolas participaram da programação este ano cerca de 345 alunos, mas também ajudaram os pais, os moradores e as lideranças da reserva.

“Este é o primeiro ano que realizamos a programação fora do espaço da escola, então como é o primeiro experimento, para o ano que vem pretendemos melhorar e deixar as atividades ainda mais tradicionais”, comentou a diretora Tatiana.

Divulgando a cultura

O professor da língua materna Kaingang, Alcides Rodrigues da Silva, representante do ponto de cultura da Terra Indígena de Mangueirinha, comentou que a realização da Semana Cultural Kaingang é importante, porque ajuda a promover a cultura indígena entre os moradores da região. “A Semana Cultural é importante porque permite que as pessoas que não são da reserva conheçam como é a nossa realidade, que muitas vezes não é como eles imaginam”, argumentou.  

Os alunos da reserva, Katiane Alvez e Taiña Rodrigues participaram dos preparativos da Semana Cultural e para eles o evento é uma forma de divulgar a cultura indígena, mas também é uma forma para que eles também conheçam mais sobre os costumes dos visitantes.

Visitantes

Durante os dois dias da programação, mais de 30 escolas da região visitaram a reserva e acompanharam as atividades. Instituições de ensino, com alunos das mais variadas idades, desde a creche até o ensino médio puderam conhecer um pouco mais sobre os costumes do povo Kaingang. A diretora Eliane estima que mais de três mil alunos e docentes tenham passado reserva nestes dias.

A aluna do 2º ano do curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual de Pato Branco (CEPB), Emillyn Gonçalves dos Santos, visitou a reserva nesta terça-feira. Além dela, mais duas turmas de 90 alunos do Colégio também visitaram. Para ela a visita foi importante, porque como futura professora, ela precisa conhecer mais sobre a cultura indígena e demais povos, até para se um dia ela tiver que dar aula em alguma escola indígena, já terá um pouco de conhecimento sobre os costumes dos seus alunos. 

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