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Douglas Borba faz stand up comedy e teatro em Curitiba. O sonho dele é trazer mais cultura para o lugar de onde veio.

Foto por: R.A Farias

“Eu não sei falar sério”, é a primeira frase do reservense Douglas Borba. Hoje ele mora em Curitiba onde busca viver apenas da comédia. No início, o jovem chegou a capital para fazer teatro e começou a procurar emprego e contatos para atuar no meio cultural da cidade.

Apenas dois anos depois de se estabelecer com uma companhia de teatro de rua, que participa até hoje, foi atrás da comédia. “Sempre pensei no stand up. Resolvi correr atrás disso por que acho interessante fazer você mesmo, apesar de ser difícil se apresentar assim”, diz.

Ainda em Reserva do Iguaçu fazia imitações de personalidades famosas, como Sílvio Santos e também dos professores. “No colégio falavam 'você tem que ser ator, é engraçado'. Nunca dei moral para isso, mas as pessoas começaram a me convidar para apresentações no colégio Michel Reydams. O professor Nelson tinha um projeto e eu era o mais novo. Fiz e todos gostaram”, afirma, acrescentando que foi chamado pela prefeitura para fazer uma adaptação da famosa peça da Companhia Melhores do Mundo, 'Joseph Klimberg'.

“Esse dia foi o momento em que percebi que poderia ser uma profissão, que era o que eu queria. Apesar de tudo, muitas pessoas ainda subestimam, dizem que isso não é vida, mas discordo”, declara Borba.

O Stand Up

Acostumado a interpretar personagens, ele se deparou com o desafio de ser ele mesmo para muitas pessoas e rir disso, mas no fundo, é o que gosta. “Sou eu falando da minha vida. Tudo tem um lado trágico e um cômico, o que é ruim faço virar algo bom no stand up e dou risada”, garante.
Faz apenas um ano que está nesta carreira e participa do 'Open Mic' (microfone aberto), que é uma oportunidade de novos comediantes se apresentarem em bares, casas de shows e estabelecimentos do ramo.

“É muito legal esta irmandade dos comediantes mais experientes liberarem cinco, dez minutos do seu show para nós”, completa Borba. Um destes parceiros foi Serginho Lacerda, que se apresentou em Laranjeiras do Sul em outubro do ano passado.

Hoje ele se apresenta em casas como o Curitiba Comedy Club, o primeiro lugar próprio para apresentações de humor no país.

Artista

O texto de um comediante de stand up se baseia no cotidiano, mas Borba sabe que não pode cair na mesmice. “Procuro sempre me reinventar, novos diretores, companhias, galera, quero ter mais informações possíveis. Gostaria muito de fazer isso em Reserva, de fomentar isso na região”, conta.

Porém admite que escolheu morar em Curitiba para ter mais acesso ao que queria. “O interior é carente disso, tem televisão, internet, mas falta um contato humano com a cultura. Por mais que seja o lugar em que as pessoas mais conversam, elas estão interagindo cada vez menos”, destacou.

Por isso, um dos planos dele é criar uma iniciativa dessas em Reserva. “O meu objetivo é poder fazer um intercâmbio entre capital e interior. Fazer caravanas para trazer o pessoal acompanhar o 'Festival de Curitiba', por exemplo. Um amigo meu de Candói já veio ficar aqui em casa para ir nesses eventos. É isso que gosto, meu sonho: desenvolver cultura no interior”, frisa.

Reserva X Foz

“Sempre que digo que sou de Reserva do Iguaçu confundem com Foz do Iguaçu. 'Ah, adoro lá, fazer compras no Paraguai'. Daí falo que fica para o lado de Pato Branco, Guarapuava. Mas eu gosto de levar o nome da minha cidade comigo, porque é como uma identidade. Mesmo que alguns ainda achem que é tipo uma reserva indígena”, brinca.
 
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